
Blefarite:
É uma inflamação na pálpebra, localizada especificamente nos folículos dos cílios e nas glândulas que estão localizadas entre eles.
Geralmente é associada a uma proliferação excessiva de bactérias que normalmente estão na pele.
Ocorre quando as glândulas da pálpebra ficam obstruídas e a gordura que normalmente libertam permanece estagnada, criando um ótimo ambiente para a proliferação de bactérias, que libertam toxinas que irritam a superfície ocular.
Blefaroespasmo:
É uma contração espasmódica involuntária e repetitiva do músculo orbicular (músculo que contorna o olho), que causa movimentos e posturas anormais (distonia). O blefarospasmo essencial ou primário é bilateral e pode ser acompanhado de movimentos involuntários do pescoço, cabeça ou boca, que só desaparecem quando o paciente está a dormir. Geralmente é um processo que progride gradualmente, aumentando sucessivamente de intensidade e frequência. A contração involuntária das pálpebras pode levar a alterações visuais. O blefarospasmo é uma das distonias faciais mais comuns.
Pode ser causado:
- Um Distúrbio Neurológico Funcional do Sistema Nervoso Central;
- Efeitos Secundários de Certos Fármacos;
- Falta de Lubrificação da Superfície Ocular: faz com que haja um aumento da atividade palpebral, na tentativa de distribuir uniformemente a lágrima, que é insuficiente ou de má qualidade;
- Espasmo Hemifacial: embora não seja uma distonia, afeta os músculos de um dos lados do rosto, causando movimentos involuntários irregulares e progressivos que também podem afetar o olho. O espasmo hemifacial é originado, em muitos casos, pela compressão do nervo facial devido a uma artéria ou resultante de algum traumatismo.
Ectrópio:
A margem palpebral revira e inverte em relação ao globo ocular. O ectrópio da pálpebra inferior é um problema muito frequente. Existem três tipos de ectrópio da pálpebra inferior: cicatricial, paralítico ou involuntário. Geralmente é produzido por um relaxamento dos tecidos devido ao envelhecimento, embora também possa aparecer como resultado da paralisia do nervo facial (paralisia de Bell), traumatismo, cicatrização ou cirurgia.
Enoftalmia:
É o deslocamento do globo ocular, para a parte posterior da órbita. Pode ser originado: Fraturas da Órbita; Trofia da Gordura da Órbita; Pacientes com Metástase de Cancro da Mama.
Entrópio:
A margem palpebral é invertida ou girada contra o globo ocular. A pele da margem palpebral e os cílios friccionam contra a córnea e conjuntiva, causando irritação e vermelhidão.
Existem quatro tipos principais de entrópio: involuntário, espásmico, cicatricial e marginal. Geralmente é produzido por um relaxamento dos tecidos devido ao envelhecimento, embora também possa aparecer como resultado da paralisia do nervo facial (paralisia de Bell), traumatismo, cicatrização ou cirurgia.
Exoftalmia:
É a projeção ou saída do globo ocular (proptose), que pode dar a impressão de "olhos protuberantes". Pode afetar um ou ambos os olhos. Na maioria dos casos, a exoftalmia está associada à orbitopatia tiroideia, uma doença inflamatória relacionada com o hipertiroidismo.
A doença pode tornar-se muito séria porque a órbita, é uma cavidade óssea inextensível, em que um processo inflamatório pode comprimir o nervo ótico e causar cegueira.
Outros processos que podem causar exoftalmia são tumores orbitais, globos oculares grandes, miopia alta ou glaucoma congénito, bem como outras doenças relacionadas com o tiroidismo ou inflamações oculares.
Infeções ou Inflamações Oculares:
As infeções ou inflamações oculares podem estar associadas a traumatismos ou doenças sistémicas anteriores. Podem ser diagnosticas através de exame oftalmológico completo e exame da área palpebral e peri-ocular. As imagens são valorizadas na avaliação da condição do paciente, antes e, após o tratamento.
Lagoftalmo:
Trata-se de uma incapacidade para fechar completamente as pálpebras. Quando há um espaço entre a pálpebra superior e inferior, a superfície ocular é exposta, o que pode causar problemas de secura ocular que podem tornar-se relevantes e ameaçar a integridade do olho e a qualidade da visão.
O lagoftalmo pode ocorrer por duas razões:
- Paralítica: o nervo facial transmite a informação nervosa ao músculo que é responsável por fechar as pálpebras (orbicular). Quando esse nervo é afetado por qualquer causa (paralisia facial, tumores, traumas, doenças cerebrovasculares, etc.), o músculo perde força, impedindo que a pálpebra feche.
- Mecânica: ocorre quando a função nervosa do músculo está boa mas, algum fator externo, evita que o mesmo se feche. Tal é o caso de cicatrizes nas pálpebras ou conjuntiva, retração palpebral, exoftalmos ou relaxamento palpebral entre outros.
Disfunções Palpebrais:
São posições anómalas que as pálpebras adotam, por diferentes razões. Essas disfunções ocorrem com relativa frequência. Além de conferir um aspeto desagradável, levam a problemas visuais e oculares que podem tornar-se sérios.
As disfunções mais comuns são:
- Retração Palpebral: posição elevada anómala da pálpebra superior, ou posição demasiado baixa anómala da pálpebra inferior.
- Ptose: Queda da pálpebra superior.
- Entrópio: a pálpebra gira para dentro, e faz com que as pestanas friccionem contra a córnea.
- Ectrópio: rotação para a parte externa da pálpebra inferior.
Geralmente são produzidos por um relaxamento dos tecidos devido ao envelhecimento, embora também possam aparecer como resultado da paralisia do nervo facial (paralisia de Bell), traumatismo, cicatrização ou cirurgia. O envelhecimento é a principal causa de disfunções palpebrais.
Obstrução do Canal Lacrimal:
Ocasionalmente, o canal lacrimal não é permeável, causando o bloqueio da via que dirige as lágrimas da superfície do olho, até ao nariz. Existem dois tipos de obstrução lacrimal:
- Adquirido: é o mais comum, geralmente afeta adultos e pode ocorrer devido a um grande número de causas (infeções, conjuntivite, etc.). Este tipo de obstrução lacrimal torna-se mais frequente, à medida que a idade do paciente aumenta.
- Congénito: afeta crianças e é causada por uma membrana que impede a passagem da lágrima até à narina.
As principais causas são: Envelhecimento; O Uso de Alguns Fármacos, Como Colírios, ou Quimioterapia; Ser Congénito; Pacientes Submetidos a Radioterapia na Área Palpebral.
Lacrimejar Excessivo:
Para que o olho permaneça saudável, é importante que esteja bem lubrificado e, portanto, tenha uma glândula responsável por produzir lágrimas. Quando piscamos, a pálpebra estende-se sobre a superfície ocular e bombeia o excesso de lágrima num pequeno canal que termina no nariz.
A lágrima é essencial para manter o olho saudável. No entanto, o lacrimejar excessivo, representa um problema relativamente frequente, um dos sintomas que afeta os pacientes que visitam o oftalmologista. Quando o canal que drena as lágrimas no nariz não funciona corretamente, fica bloqueado e isso faz com que as lágrimas se acumulem na superfície do olho e transbordem, em direção à bochecha.
Orbitopatia Tiroideia:
A orbitopatia tiroideia é uma doença de origem imunológica que afeta o funcionamento da glândula da tiroide e os componentes oculares. Isso ocorre, com um aumento no volume dos músculos extra-oculares e da proptose, causada pela gordura orbital ou exoftalmos (olhos protuberantes).
Na maioria dos casos, a doença está associada ao hipertiroidismo, embora também possa ocorrer em pacientes com hipotiroidismo e mesmo em pessoas sem doença da tiroide. Ocorre porque certas moléculas estão presentes na glândula da tiroide e na órbita, e reagem contra a glândula e contra os tecidos orbitais (tecido de gordura orbital e músculos extra-oculares), inflamando-os.
Paralisia Facial:
É a incapacidade de mover os músculos do rosto. No nível ocular, o músculo orbicular responsável por fechar corretamente as pálpebras, é paralisado.
Esta doença pode produzir: Lagoftalmos, que por sua vez pode causar uma úlcera corneana por exposição; Ectrópio; Epífora (lacrimejar excessivo);
Aproximadamente metades das paralisias faciais são de origem desconhecida, algumas da causas mais frequentes são: Lesões ou Acidentes; Tumores; Infeções; Doenças neurológicas; Pós-cirúrgico: Cirurgia do Ouvido, Glândula Parótida, etc.
Ptose:
A ptose palpebral é a queda da parte superior da pálpebra. Geralmente surge de uma disfunção do músculo, devido a causas degenerativas ou congénitas. O envelhecimento é a principal causa da ptose.
Existem diferentes tipos de ptose:
- Ptose Aponeurótica: é a mais comum. Ocorre porque os tecidos palpebrais envelhecem e o músculo superior solta-se, fazendo com que a pálpebra descaia;
- Ptose Neurogénica: É um defeito que se caracteriza pela falta de estimulação nervosa no músculo. Geralmente aparece em crianças (síndrome de Marcus Gunn);
- Ptose Mecânica: ocorre quando há um quisto ou tumor na parte superior da pálpebra, causando a queda da mesma;
- Ptose Miogénica: o músculo da pálpebra superior não realiza bem a sua função e, a pálpebra, não fica na sua posição normal.
Tumores Palpebrais e Orbitais:
São os tumores localizados ao redor da pálpebra ou na órbita (cavidade onde está alojado o globo ocular).
Os tumores palpebrais são muito comuns, são principalmente benignos e podem ser tratados facilmente sem deixar uma cicatriz visível. Existe também uma variedade de tumores malignos que podem afetar a região peri-ocular (ao redor do olho).
Os tumores da órbita são raros. A maioria é benigna e evolui lentamente. No entanto, alguns tumores malignos podem aparecer repentinamente, e crescer rapidamente. Neste caso, é necessário ir ao oftalmologista com urgência, pois deverão ser tratados o mais rápido possível.
Alguns tumores palpebrais relacionam-se com a exposição solar e, geralmente ocorrem em pessoas com mais de 40 anos. A pele clara é um fator de risco muito importante. No caso de tumores orbitais, muitos, são de origem congénita.
Biopsias da Órbita:
Por vezes, inflamações ou infeções da orbita são causadas por tumores. Nestes casos, o tumor é submetido a biopsia e enviado para análise para ser determinado um tratamento específico.
Cirurgia de Entrópio e Ectrópio:
A cirurgia de entrópio e ectrópio consiste em colocar as pálpebras na posição correta. Existem várias técnicas que são selecionadas dependendo do caso. Nos casos de ectrópio moderado e/ou severo (a margem palpebral é girada e invertida em relação ao globo ocular) ou entrópio (a margem palpebral é invertida ou virada contra o globo ocular), quando o tratamento lubrificante não é suficiente.
Cirurgia de Orbitopatia Tiroideia:
A orbitopatia tiroideia provoca o espessamento e aumento dos músculos e da gordura por trás do olho. O exoftalmo ocorre, pois a órbita é um espaço rígido e, os músculos e a gordura movem o olho para a frente, em busca do espaço. Durante este processo também ocorre a retração palpebral e o estrabismo. A cirurgia exoftálmica de descompressão da orbita consiste em abrir espaço na órbita, através de "janelas" no osso. Isto permite que os músculos e as gorduras tenham mais espaço e, portanto, o olho possa girar.
Uma vez que o exoftalmo tenha sido resolvido, se necessário, é possível corrigir o estrabismo e a retração palpebral. Em todos os casos de exoftalmia está indicada cirurgia mas, nos casos em que a visão está seriamente ameaçada, pela pressão na órbita, é necessário executar o procedimento o mais rápido possível.
Cirurgia de Ptose:
A cirurgia de correção da ptose palpebral (pálpebras inclinadas) consiste em elevar a altura da pálpebra superior, à sua posição normal. A correção da ptose é recomendada em todos os casos, uma vez que não é um problema estético. Em crianças, se a pálpebra cobrir a pupila, a cirurgia deve ser realizada o mais rápido possível, para evitar problemas de desenvolvimento visual. Caso contrário, a cirurgia pode ser adiada, para ser realizada antes que a criança comece a idade escolar.
Em adultos, a ptose pode afetar o campo visual e por vezes gera dores no pescoço e torcicolo, de modo que a correção pode ser feita, assim que o problema for detetado.
Cirurgia de restauração de Volume da Órbita:
É a restauração do volume da órbita nos espaços que envolvem o olho, mais especificamente, nas pálpebras. Para isso, utilizam-se auto-enxertos (enxertos retirados do mesmo paciente). Está indicado nos casos de Retração Palpebral Superior.
Cirurgia de Retração Palpebral:
A cirurgia de retração das pálpebras consiste em colocar a pálpebra na posição correta, para proteger o globo ocular e alcançar uma simetria palpebral. Realiza-se em Disfunções Palpebrais e Orbitopatia Tiroideia.
Cirurgia Exoftálmica:
A cirurgia exoftálmica é a restauração do volume nos espaços que envolvem o olho, mais especificamente, nas pálpebras. Para isso, utilizam-se auto-enxertos (enxertos retirados do mesmo paciente). Realiza-se em casos de Retração Palpebral Superior.
Cirurgia de Tumores Benignos:
Trata-se de uma pequena cirurgia de incisão. Faz-se a remoção cirúrgica do tumor benigno, gerando a menor cicatriz possível. Está indicada em todos os casos, embora devido à sua natureza benigna, alguns desses tumores possam ser observados e seguidos clinicamente.
Cirurgia de Tumores Malignos:
Trata-se da extração cirúrgica do tumor maligno, gerando a menor cicatriz possível, mas assegurando a extração total da lesão e, por meio de técnicas de reconstrução, permitindo um ótimo resultado estético e funcional. Está indicada em todos os casos, sendo necessário o estudo anatomopatológico (biópsia) do tumor, para confirmar o diagnóstico e a resseção total da lesão.
Colocação de Placa de Ouro e Platina:
A colocação de peso de ouro e platina é uma cirurgia que envolve a implantação de uma placa de ouro, ou platina, na pálpebra do paciente. Esta peça é colocada na parte superior da pálpebra, para que esta possa ser fechada corretamente. Realiza-se em pacientes com Paralisia Facial.
Dacriocistorrinostomia (DCR):
É um procedimento cirúrgico indicado em pacientes com obstrução das vias lacrimais, que consiste em criar um novo canal de drenagem com o tecido do próprio paciente. Realiza-se em casos de Obstrução da Via Lacrimal Abaixo do Saco Lacrimal.
Descompressão da Órbita:
É o procedimento cirúrgico que é realizado para tratar exoftalmos (olhos protuberantes). Pacientes com exoftalmos costumam ter um aumento na pressão no compartimento retro-ocular. Com este tratamento cirúrgico, a órbita torna-se uma cavidade maior e o cirurgião é capaz de reposicionar o globo ocular, realizando descompressão do osso ou tipo de gordura. Desta forma, é possível reduzir a pressão que existe na órbita, devido ao aumento do volume do globo ocular. Realiza-se nos seguintes casos: Pacientes com Exoftalmos; Pacientes com Orbitopatia Tiroideia.
Drenagem de Abcessos:
O abscesso é uma infeção e/ou inflamação que se caracteriza pela presença de pus. Neste caso, o especialista de oculoplástica avalia o paciente para determinar a causa do abscesso. Depois disso, no bloco operatório, o abscesso é aberto e o pus drenado.
Enucleação:
A enucleação é a extração total do globo ocular. Realiza-se em casos de Tumores Intraoculares.
Evisceração:
A evisceração é um procedimento cirúrgico que consiste em extrair o conteúdo interno do olho, conservando a esclerótica e os músculos. Realiza-se nos seguintes casos: Olhos Dolorosos Cegos; Olhos que Perderam o Seu Volume (ptisis); Olhos Muito Grandes (buftamia).
Exenteração:
A exenteração é um procedimento cirúrgico que consiste em extrair o conteúdo orbital (parcial ou total) de acordo com a localização do tumor intraocular ou palpebral. Realiza-se nos seguintes casos: Tumores na Órbita; Tumores Palpebrais;
Orbiculectomia:
A orbiculectomia é um tipo de cirurgia para tratar pacientes que sofrem de um enfraquecimento dos músculos, fazendo com que as pálpebras se fechem involuntariamente. Realiza-se em casos graves e, em casos que não respondam adequadamente à Toxina Botulínica.
Reconstrução da Órbita:
Este tipo de cirurgia envolve a recuperação da anatomia da órbita. Realiza-se nos seguintes casos: Cavidade Anoftálmica; Anoftalmos.
Reconstrução Palpebral:
A reconstrução das pálpebras é um tipo de cirurgia que consiste em recuperar a função e a anatomia das pálpebras. Realiza-se nos seguintes casos: Tumores Palpebrais; Cavidade Anoftálmica.
Sondagem Lacrimal:
A sondagem lacrimal é um procedimento cirúrgico, geralmente indicado em crianças (entre 9 meses e um ano) para tratar a obstrução congénita do canal lacrimal. Realiza-se em casos de Obstrução Congénita do Canal Lacrimal.
Tubos de Jones:
É um procedimento cirúrgico que consiste em colocar um tubo de drenagem artificial como um substituto da via lacrimal. Esse tubo servirá para fazer a ponte, entre a superfície ocular e a narina e, assim, permitir a passagem da lágrima.
Blefaroplastia:
A Cirurgia Estética das Pálpebras procura valorizar e rejuvenescer o olhar, corrigindo os efeitos do envelhecimento, ou outros problemas na região das pálpebras, como excesso de pele, músculo ou gorduras.
O relaxamento do tecido palpebral e o estreitamento deste resultam em excesso de pele na pálpebra superior e olheiras. O relaxamento do septo ou tecido de sustentação resulta em bolsas de gordura. A Blefaroplastia tem como objetivo reduzir ou eliminar as imperfeições palpebrais, por via conjuntival ou cutânea.
A cirurgia é realizada em ambulatório sob anestesia local/geral e o pós-operatório é simples, podendo originar, apenas nos primeiros dias, alguma dificuldade em fechar os olhos, lacrimejar e/ou sensação de olho seco. A cicatrização torna-se praticamente impercetível ao fim de 3 meses. Os avanços tecnológicos permitem hoje excelentes resultados estéticos e funcionais.